segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sabedoria materna

Todos temos mãe.

Presente, ausente, bonita ou nem tanto, culta ou analfabeta  sempre existe mãe, na vida de cada pessoa. 
É com essa criatura especial que aprendemos lições que nos acompanham vida  afora. 
Quando crianças, de um modo geral, consideramos que mãe é aquela pessoa que  sabe ser estraga-prazeres muito além da medida. 
É aquela que nos chama para fazer o dever de casa justo na hora em que a  brincadeira estava no auge.
Ou quando estávamos prestes a passar para o próximo  nível, no game. 
É aquela que só sabe nos falar de obrigações: ir à escola, estudar para a  prova, recolher a roupa espalhada pelo quarto, limpar a cozinha, varrer a  calçada. 
Parece que ela tem um computador que somente fica elaborando tarefas e mais  tarefas. 
Na adolescência, é a constante vigia das nossas saídas, dos telefonemas, do  uso da internet. 
E sonhamos com o dia em que possamos nos liberar de tudo isso. 
Nem nos apercebemos que para ela corremos, ao menor problema. 
Quando pequenos, qualquer machucado nos faz gritar: Mãe! 
Quando uma criança maior nos ameaça bater, corremos na busca de refúgio entre  seus braços. 
E quando as primeiras desilusões amorosas nos fazem acreditar que nunca seremos felizes é no regaço dela que encontramos um coração amoroso a nos dizer:  Espera, amanhã é novo dia.
Espera: o amor chegará e te fará feliz. 
Quando chegamos à idade adulta, nos damos conta do extraordinário ser que é a  mãe. 
E, quando temos nossos próprios filhos, repetimos muitas das lições recebidas  dela. 
Finalmente, quando a maturidade vai salpicando de prata e neve os nossos  cabelos, a memória nos recorda como era sábia nossa mãe. 
O compositor brasileiro Tom Jobim, recordando sua mãe, dizia que ela era uma  pessoa sempre de bem com a vida e, por vezes, engraçada. 
Contava que, certa vez, transitava de bonde pelo Rio de Janeiro, com sua mãe.  
Sentado, começou a mexer com os pés até que, de repente um dos sapatos soltou-se  e caiu. 
Ele se levantou e ficou olhando o calçado parado, no meio da rua, enquanto o  bonde continuava a se distanciar sempre mais. 
Vendo seu desassossego, a mãe lhe perguntou: O que aconteceu? 
Quando informou o que ocorrera, ela se abaixou, tirou o sapato que ainda  estava no pé do filho e o lançou para fora. 
Mãe, por que fez isso? 
Ora, meu filho, quem encontrar um, encontrará o outro e poderá usar. 

Sabedoria das mães.
Que nós, filhos, a saibamos aproveitar. 
Aprender com elas a amar, disciplinar e, em verdadeiro holocausto, renunciar  aos filhos para os doar ao mundo. 
Que as saibamos honrar com nossa presença e nossa gratidão, enquanto  conosco. 
E que não as esqueçamos, nos dias da saudade que virão, após sua partida.
Que  haja preces subindo aos céus pela jóia preciosa que nos deu a vida física, nos  amou, educou, ensinando-nos a andar com os próprios pés e desejar alcançar as  estrelas. 


Redação do Momento Espírita 

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