sábado, 5 de fevereiro de 2011

Pessoas Especiais

Um dia uma professora pediu para seus alunos listarem os nomes dos amigos de classe em um papel, deixando um espaço na frente para escrever alguma coisa.
Então ela mandou eles pensarem na coisa mais bonita que eles podiam dizer sobre cada um dos colegas da classe e escrever ali neste espaço.
Isso tomou todo o tempo restante da aula até que todos acabassem a tarefa, e quando eles sairam da sala, cada um entregou seu papel à professora.
Depois a professora escreveu o nome de cada aluno em um pedaço de papel separado e listou o que todos os outros tinham dito sobre aquele aluno em especial.
Na aula seguinte ela entregou para cada um a sua lista, e em pouco tempo, a classe inteira estava sorrindo.
"Verdade" ela ouvia.
"Eu nunca soube que significava alguma coisa para alguém!" outro dizia...
"Eu não sabia que os outros gostavam tanto de mim"...
Foram muitos os comentários.
Mas, ninguém mencionou esses papéis na aula novamente. A professora nunca soube se eles discutiram sobre isso entre eles ou com os pais, mas isso não importava.
O exercício atingiu seu objetivo.
Os alunos ficaram felizes com eles mesmos e com os outros.
O tempo passou, aqueles alunos cresceram e cada um iniciou uma nova vida ali mesmo ou em outra cidade.
Quis o destino que um dos alunos perdesse sua vida em uma guerra.
Todos os amigos e a professora foram no funeral daquele aluno especial.
Ela nunca tinha visto um homem num caixão militar antes.
Ele parecia tão bonito e tão maduro.
Seus amigos encheram a igreja e um por um, daqueles que o amavam deram seu Adeus...
A professora foi a última a abençoá-lo.
Mas enquanto ela estava lá, um dos soldados que atuou como acompanhante do funeral veio para ela e disse
- Você era a professora de matemática do Mark? ele perguntou.
Ela mexeu com a cabeça em gesto afirmativo...
- Era.
- O Mark falava muito sobre você.
Logo após o funeral enquanto todos ainda estavam tristes por aquele amigo que não poderiam ver de novo, a professora foi chamada pelos Pais de Mark.
- Nós queremos lhe mostrar uma coisa. O pai disse, tirando a carteira do bolso.
- Encontraram isso no bolso das roupas do Mark, nós achamos que você deveria reconhecer.
Abrindo a carteira, ele cuidadosamente retirou dois pedaços de papel, que obviamente tinham sido lidos e relidos muitas vezes.
A professora soube imediatamente que aquele papel era a lista feita ha muitos anos atrás em uma de suas aulas, com todas as coisas boas que os colegas de Mark tinham escrito sobre ele.
- Muito obrigado por fazer isso. Disse a mãe do Mark.
- Como você pode ver, Mark o guardou como um tesouro.
- Todos os colegas do Mark começaram a reunir-se em volta e Charlie sorrindo timidamente falou.
- Eu também guardo minha lista.
- Ela está na parede do meu quarto.
- A esposa do Chuck falou que a lista deles estava no album de casammento.
- Eu tenho o meu também. Falou Marilyn.
- Está no meu diário.
Então Vicki, outra colega, pegou sua agenda na bolsa e mostrou, gasta e velha, sua lista para o grupo.
- Eu a carrego comigo o tempo todo. Disse ela e continuou...
- Acho que todos nós guardamos nossas listas.
Foi quando a professora finalmente sentou e chorou.
Chorou por Mark e por todos os seus amigos que não o veriam nunca mais e por ver que um pequeno gesto de muitos anos atrás fez uma diferença enorme na vida daqueles alunos.

(autor desconhecido)

Nota: A quantidade de pessoas na sociedade é tão grande que nós nos esquecemos que a vida acaba um dia.
E nós nunca sabemos que dia será.
Então por favor, conte para as pessoas como você as amam e o quanto você se importa com elas, e principalmente como elas são especiais.
Antes que seja tarde demais...

A Transfusão

Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio.
Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as que restaram ficaram gravemente feridas.
Entre elas, uma menina de oito anos, considerada em pior estado.
Era necessário chamar ajuda por um rádio e, ao fim de algum tempo, um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local.
Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria, devido aos traumatismos e à perda de sangue.
Era urgente fazer uma transfusão, mas como?
Reuniram as crianças e, entre gesticulações, arranhadas no idioma, tentavam explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar o sangue.
Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar-se timidamente.
Era um menino chamado Heng.
Ele foi preparado às pressas, ao lado da menina agonizante, e espetaram-lhe uma agulha na veia.
Ele se mantinha quietinho e com o olhar fixo no teto.
Passado algum momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre.
O médico lhe perguntou se estava doendo, e ele negou.
Mas não demorou muito a soluçar de novo, tentando conter as lágrimas.
O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou.
Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso, mas ininterrupto.
Era evidente que alguma coisa estava errada.
Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra aldeia.
O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com Heng.
Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas.
E o rostinho do menino foi se aliviando.
Minutos depois ele estava novamente tranqüilo.
A enfermeira então explicou aos americanos:
- Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido o que vocês disseram e estava achando que ia dar todo o seu sangue para a menina não morrer.
O médico aproximou-se dele e, com a ajuda da enfermeira, perguntou:
- Mas, se era assim, porque então que você se ofereceu para doar seu sangue
E o menino respondeu, simplesmente:

- ELA É MINHA AMIGA...

Eu Tenho Tempo...

Hoje, ao atender o telefone, meu mundo desabou.
Entre soluços e lamentos, a voz do outro lado da linha me informava que o meu melhor amigo, meu companheiro de jornada, havia sofrido um grave acidente, vindo a falecer.
As imagens de minha juventude vieram quase que instantaneamente à mente.
A faculdade, as bebedeiras, as conversas em volta da lareira até altas horas da noite, os amores não correspondidos, as colas, a cumplicidade, os sorrisos....
AHHHHH... os sorrisos....
Como eram fáceis de surgir naquela época.
Lembrei da formatura, das lágrimas e despedidas, e principalmente, das promessas de novos encontros.
Em seus olhos a promessa de que eu nunca seria esquecido.
E realmente, nunca fui.
Perdi a conta das vezes em que ele carinhosamente me ligava quando eu estava no fundo do poço.
Das mensagens que nunca respondi.
Lembro que foi o seu rosto que vi quando acordei de minha cirurgia do apêndice.
Lembro que foi em seu ombro que chorei a perda de meu amado pai.
Foi em seu ouvido que derramei as lamentações do noivado desfeito.
Apesar do esforço não consegui me lembrar de uma só vez em que tenha pego o telefone para dizer a ele o quanto era importante para mim.
Afinal, eu não tinha tempo.
Não lembro de procurar um texto edificante e enviar para ele.
Eu não tinha tempo.
Não lembro de ter ouvido os seus problemas.
Eu não tinha tempo.
Acho que eu nunca sequer imaginei que ele tinha problemas.
Não me dignei a reparar que constantemente meu amigo passava da conta na bebida.
Só agora vejo com clareza o meu egoísmo.
Talvez, e este talvez vai me acompanhar eternamente...
Se eu tivesse saído de meu pedestal e prestado um pouco de atenção e despendido um pouquinho do meu sagrado tempo...
Meu grande amigo não teria bebido até não aguentar mais e não teria jogado sua vida fora ao perder o controle de um carro.
Estas indagações que inundam agora o meu ser nunca mais terão resposta.
A minha falta de tempo me impediu de respondê-las.
Agora, escolho uma roupa preta, digna do meu estado de espírito, e pego o telefone.
Aviso ao meu chefe de que não irei trabalhar hoje, e quem sabe nem amanhã.
Pois irei tirar o dia para homenagear uma das pessoas que mais amei nesta vida.
Ao desligar o telefone, com surpresa eu vejo, entre lágrimas e remorsos, que para acompanhar durante um dia inteiro o seu corpo sem vida, EU TENHO TEMPO!


PS: Já faz muitos anos que escrevi este desabafo no diário de minha vida.
Hoje estou casado, tenho dois filhos e todo o tempo do mundo.
Trabalho com o mesmo afinco de sempre, mas somente sou "o profissional" durante o expediente normal.
Fora dele, sou um ser humano.
Nunca mais uma mensagem da minha secretária eletrônica ficou sem pelo menos um "oi" de retorno.
Procuro constantemente encher a caixa eletrônica dos meus amigos com mensagens de amizade e dias melhores.
Sempre lembrando as pessoas de como elas são importantes para mim.
Abraço constantemente meus filhos, minha esposa, e minha família, pois os laços que nos unem são eternos.
Acompanhei cada dentinho que nasceu na boquinha de meus filhos, o primeiro passo, o primeiro sorriso, a primeira palavra.
Procuro sempre "fugir" com minha esposa e voltar aos tempos em que éramos namorados e prometíamos desbravar o mundo.
Esses momentos costumam desaparecer com o tempo.
Distribuo sorrisos e abraços a todos que me rodeiam.
Afinal, para que guardá-los.
Pelo menos uma vez por mês, levo minha família à praia.
Sempre que volto para casa, após este nosso encontro, volto recarregado de energia e de amor.
Mas, principalmente, carrego a certeza de que sempre terei tempo para o amor e suas formas mais variadas.
E, sabe de uma coisa, meu amigo eterno?
Eu sou muito, muito, muito mais feliz!

(autor desconhecido)

Nota: Prestar atenção hoje às pessoas que nos cercam, para não chorar amanhã...