segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O ELEFANTE E OS CINCO CEGOS


Esta é uma antiga fabula indiana, que todos já devem ter lido pelo menos uma vez, e que me atrevo a de novo contar porque o que aconteceu logo após, o historiador não viu e não relatou.



Cinco cegos estavam a caminho e encontraram um elefante. O primeiro apalpou a pata e afirmou: “É uma palmeira!”. O segundo apalpou o corpo e disse: “É como uma grande pedra!”. O terceiro pegou a tromba e sentenciou: “É como uma cobra, porém sem os dentes”. O quarto, mais alto, pegou na orelha e definiu: “É como uma grande folha rugosa e cheia de pelos”. E o quinto, agarrado ao rabo, foi enfático: “Ora é como uma corda com um pequeno espanador na ponta”.



E começaram a discutir, cada um tentando provar aos demais o que “viu”. E a discussão virou uma briga feia e o dia estava terminando. E como todos sabem, quando o dia termina, os anjos vem passear na terra, e um anjo vendo a situação, condoeu-se dos cegos e pensou: “Coitados, são cegos e por isto discutem. Vou devolver-lhes a visão”. E tocando cada um, os seus olhos se abriram.



E assim, os cegos, que já não eram mais cegos, olharam em volta e viram uns aos outros pela primeira vez. Arrojaram-se ao solo agradecendo ao Altissimo, à Brahma e à todos os Devas pela dádiva da visão, e se abraçaram, felizes como crianças.



Após algum tempo olharam em derredor, viram o elefante e o primeiro cego que já não mais era cego, pontificou: “Como eu dizia, apesar do que meus olhos veem, afirmo, para não me fazer de tolo, que o animal é como uma palmeira!”. Ao que o segundo retorquiu que era uma grande pedra e a partir daí cada um tentou com todos os argumentos convencer os demais de que sua definição, apesar de todas as evidencias por terem todos os cinco visto o elefante em sua imponencia, era a única correta. E da discussão partiram de novo para uma briga.



O anjo que a tudo assistia, sentado num galho próximo, pensou: “Eram cegos e não poderiam realmente definir o elefante, mas agora vêem porém não enxergam e continuam a discutir. Acho que será melhor deixa-los cegos por mais algum tempo.”



E assim o fez e foi embora.

(autor desconhecido)

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